segunda-feira, 1 de junho de 2009

a JS e o «direito de ser Mãe»


Soubemos agora que no dia 3 de Maio - dia da Mãe - algumas das secções locais da Juventude Socialista, senão todas, distribuíram pelas mães portuguesas como brinde uns saquinhos perfumados*. O seu custo unitário pode ser facilmente estimado numa rápida consulta ao sítio www.brindes.com onde o mais barato (mais pobre e menor que o da JS) orça em 2,79€. Deixando para já de lado a questão do custo duma tal operação de "charme", comecemos por questionar a mensagem na etiqueta anexa ao saquinho: «De todos os direitos de ser Mulher, o maior é (o) de ser Mãe...»
(verso da folha anexa aos brindes)

Não será isto hipocrisia e falta de vergonha da parte de uma organização que, nada tendo feito para facilitar o exercício do suposto "direito de ser Mãe", antes pelo contrário muito trabalhou ao longo de anos e após dois referendos para a legalização do «direito de não ser Mãe»?

Será legítimo gastar tanto dinheiro público (dos financiamentos partidários?) para, em ano eleitoral, oferecer "umas coisinhas" às pessoas, em vez de se promover o seu esclarecimento como era suposto? Se for verdade que os partidos podem receber cerca de 3 euros por eleitor, depois de assim gastar 2,79€ com cada eleitora, de onde virá o resto do dinheiro para as vistosas (e caras...) campanhas e para o próprio funcionamento duma estrutura pesada profissional como a do Partido Socialista?

Tanto se criticou (e critica ainda) a oferta de electrodomésticos pelo Major Valentim Loureiro... sendo certo que o major não os oferecia sequer a eleitores individuais mas a instituições sociais que, enquanto tal, não votam. Hoje, sem o mínimo pudor, procura-se insidiosamente "comprar" directamente o eleitor e nada acontece...

Nada poderia acontecer, é claro, quando os regulamentos e Leis são feitos pelos próprios sequestradores da pobre democracia portuguesa...