sexta-feira, 17 de setembro de 2010

carta aos cristãos

A cultura e os Valores identitários fundamentais do povo português enquadram-se no que habitualmente se designa como a civilização de matriz cristã. Na Europa e, muito particularmente, em Portugal esta realidade tem sofrido um ataque cerrado e tende a ficar tão menosprezada no discurso oficial, quanto arredada da acção governativa e da política em geral.

Perante o ambiente hostil, muitos cristãos se viram tentados a limitar a sua prática religiosa ao domínio da intimidade familiar ou comunitária, abstendo-se de afirmar e defender os seus valores no debate concreto das opções sociais e políticas do nosso país. O resultado está à vista de todos e não é animador. Num momento em que qualquer minoria activa consegue fazer avançar as suas causas, a enorme massa adormecida dos cristãos vai-se conformando com o mundo e assistindo em silêncio ao avanço sem oposição da “mentalidade mundana”, da “cultura de morte”.

Podem os cristãos tornar-se os últimos na generosidade e na entrega ao seu ideal? Não sentiremos todos uma ponta de vergonha quando vemos tantos pequenos grupos mobilizados na rua ou no ciber-espaço em defesa dos direitos do lince ibérico, dos ovos de águia Bonelli, dos ninhos de cegonha, dos touros, das águas bravas do rio Sabor, das gravuras de Foz Coa... e nós que, com Cristo, chamamos Pai a Deus, não somos capazes de sair do sofá para reconhecer como nossos irmãos os mais de 50.000 bebés já abortados “legalmente” pelo estado português com o dinheiro dos nossos impostos?

Há agnósticos e ateus que dedicam o seu tempo a afirmar direitos sem dúvida respeitáveis e nobres, e nós, cristãos, não nos damos sequer ao trabalho de afirmar o mais nobre e fundamental de todos esses - o direito à vida?

Como cristãos, sabemos que a dDignidade da Vida Humana não pode depender da idade do embrião, feto, criança ou adulto que se considere. E se tomamos Cristo como nosso Senhor – e Senhor da Vida - não podemos ficar calados diante dos senhores terrenos que nos vão impondo um modelo de sociedade onde a Vida humana é considerada descartável, onde há vidas de primeira e de segunda e onde o consumo e a dinâmica económica se sobrepõem aos Valores inegociáveis do cidadão-cristão.

Como verificámos nos últimos anos, o Presidente da República constitui uma instância democrática que poderia exigir dos políticos uma reflexão séria antes de dar certos e perigosos passos. Mas também pode, como infelizmente sucedeu, colaborar na destruição da família, deixando passar o aborto, o divórcio simplex, o casamento homossexual, o “apadrinhamento civil” ou a “educação sexual obrigatória (e ideologicamente sectária)” sem suscitar sequer a verificação de constitucionalidade.

Atento a isto, o movimento Portugal pro Vida decidiu assumir as suas responsabilidades lançando uma candidatura presidencial e, desta forma, reivindicando uma voz activa na defesa dos nossos Valores. Pela minha parte, aceitei dar a cara por uma candidatura de inconformismo e alternativa pro-Vida, a qual, porém, só será uma realidade se, em Liberdade e em consciência, nos ajudardes a reunir as 7.500 assinaturas necessárias. Bastará para tal imprimir e devolver preenchida a declaração de apoio acessível em http://portugalprovida.blogspot.com e http://luisbotelho2011.blogspot.com/.

Conto com a vossa Oração mas igualmente com a vossa Acção comunitária para, juntos, erguermos bem alto – também no terreno do debate cívico e político – o estandarte da Vida.

Saudações fraternas,

Luís Botelho Ribeiro