terça-feira, 9 de abril de 2013

comunicado PPV - Estado Social, Natalidade, Economia e Emprego na sequência da decisão do Tribunal Constitucional s/ orçamento de 2013


Tendo o PPV - Portugal pro Vida escrito ao Senhor Primeiro-Ministro em  14 de Novembro de 2012, e também ao Sr. Secretário-Geral do Partido Socialista, apresentando um conjunto de ideias de carácter orçamental, em nosso entender, positivas e construtivas para ultrapassar a difícil - mas não insuperável! - situação vivida em Portugal, verificando-se agora a necessidade de reformulação do orçamento, face ao pronunciamento do Tribunal Constitucional, entendeu o PPV dever igualmente reformular e reapresentar algumas das suas propostas. Pensamos que a responsabilidade dos que governam, particularmente em situações de grave emergência, exige uma atenção redobrada aos contributos construtivos dos diferentes agentes sociais e políticos. E a nossa responsabilidade é apresentar vias de solução inspiradas nas ideias em que acreditamos, na doutrina social da Igreja.

1. Preocupa-nos a sustentabilidade da "Segurança Social", indissociável da questão demográfica, da natalidade, da protecção dispensada pelo Estado à estabilidade e dignidade das Famílias.
    a) Defendemos, pois, o abandono imediato de políticas que contrariam de forma directa e dramática a natalidade, como o "aborto a pedido", verdadeiro suicídio social, financiado integralmente pelo Estado - com uma despesa em absoluto "não-virtuosa" - e encarado já de facto como um banal método contraceptivo;
    b) Opomo-nos à perspectiva de legalização da Eutanásia, a qual necessariamente trará consigo uma desnecessária e verdadeiramente "fracturante" tensão etária, uma relativização da dignidade humana - para nós absoluta e incondicional;
    c) Opomo-nos ao reconhecimento pelo Estado do "casamento homossexual" o qual, para além de desvalorizar a "família natural", já hoje e para muitos uma verdadeira e "última instância" de segurança social, e equiparando-a a uma pura abstracção pós-moderna - estéril por definição, acabou por monopolizar a atenção dos nossos dirigentes parlamentares e governativos, numa altura em que, já em pleno "plano inclinado" para a actual crise, se impunha a análise e resolução dos verdadeiros problemas do país;


2. Preocupa-nos a escalada do "assalto fiscal" aos portugueses, o qual reveste vários aspectos, qual deles o mais atentatório para os princípios de um "Estado de Direito":
    a) os contribuintes pro-vida vêm-se obrigados a colaborar materialmente com a política de extermínio de um sexto dos nossos bebés, sem a possibilidade de invocar qualquer cláusula de "objecção de consciência" que lhes permitisse, pelo contrário, encaminhar para instituições pro-maternidade aquela parcela dos seus impostos hoje destinada a financiar abortos;
     b) a grave injustiça da escalada de impostos sobre a propriedade imobiliária (IMI e IMT), reavaliada de forma apressada e sem os mínimos critérios de rigor que se exigiam e o PPV em tempo reclamou, a par da extrema incerteza que na sequência da crise de Chipre se abate sobre a segurança das poupanças, acaba por contribuir para um estado de insegurança generalizada precisamente entre aqueles que não embarcaram no frenesim de consumo público e privado que, a par de outros factores como a irresponsabilidade governativa, nos trouxe à presente situação de resgate financeiro;
    c) as medidas que, a título supostamente excepcional, o Governo tomou em 2012 e 2013, suspendendo, de algum modo, regras constitucionais que os portugueses tomavam por garantidas, acabaram por completar, também no plano institucional, o cenário da mais completa falta de confiança dos portugueses no Estado - donde resulta a preocupante vaga de emigração, especialmente dos mais jovens e produtivos; a esta falta de "confiança nas instituições" não é de todo alheia a manifesta falta de qualidade da oposição parlamentar, a falta de sentido de responsabilidade de alguns "parceiros sociais" - que continuam a reproduzir cassetes reivindicativas entre o delirante e o ofensivo (caso do "movimento dos reformados indignados") e a manifesta falta de representação dos "desempregados" na Concertação Social e na política - sendo, esta última, uma lacuna que o PPV se tem vindo a esforçar por preencher;


3. Preocupa-nos a situação da economia portuguesa e o perigo de escalada do desemprego que a crise orçamental, aliada à mais recente baixa das exportações, ainda podem desencadear.
    a) defendemos uma clara melhoria das condições de concorrência aberta nos diferentes mercados em Portugal, designadamente nos domínios da Energia, Saúde/Medicamento, Telecomunicações, Àgua, Transportes, apoiando as associações de defesa do consumidor e iniciativas como aquela, recentemente promovida pela DECO, tendo em vista a redução concorrencial das tarifas de electricidade para o utilizador residencial;
    b) defendemos, de há muito tempo, um estreitamente das relações económicas com os países lusófonos, potenciadas desde já pela intensificação da "rede lusófona de educação superior", no quadro Europeu mas também e crescentemente no quadro da CPLP, através de (entre outros) instrumentos como o "passaporte lusófono", de um "acordo ortográfico" necessariamente avaliado e revisto, de uma força militar conjunta - eventualmente não permanente - mobilizável para missões de Paz e salvamento;
    c) propomos medidas criativas potenciadoras da solidariedade na sociedade civil, visando limitar, no imediato, a onda de desemprego e insegurança que nos arriscamos a lançar na sociedade portuguesa, a partir das draconianas exigências da "Troika" e, no médio prazo, a relançar a confiança dos portugueses no futuro e nas suas instituições; Para tal construtivamente propomos i) que os diferentes serviços públicos possam optar entre o corte nos seus quadros* (via despedimentos) ou o corte nos seus salários ou subsídio de férias (cuja natureza compulsória o Tribunal Constitucional contestou, nada obstando a que tal se faça por comum acordo); ii) propomos ainda que uma parte da redução das contribuições sociais (oferecida pelas centrais sindicais a troco do aumento do salário mínimo) seja afinal directamente endossada para um reforço das prestações sociais dos respectivos ascendentes doentes e/ou aposentados.

Portugal pro Vida - Direcção Política Nacional
Guimarães, 9 de Abril de 2013
(no 97º aniversário da sangrenta Batalha de 'la Lys')

* http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=99308